domingo, 23 de dezembro de 2012

De que mais sinto falta são das noites de Verão. Daquela sensação inacabável de que somos imortais e de que o céu é o limite. Sinto falta de me deitar na relva a olhar para o céu, dar nome às estrelas contigo. Sinto falta daqueles momentos em que o silencio não é constrangedor e que, cada vez mais, o desejas. Daquelas situações em que ficávamos a olhar fixamente um para o outro, querendo dizer algo, mas ao mesmo tempo ficando sem palavras. É algo momentâneo, efémero que na altura pouco damos valor. Hoje, quero-os de volta. Quando os revejo, nascem-me uma mistura de emoções que não consigo nomear. São coisas que se sentem. Coisas inexplicáveis, que muito dificilmente são ofuscadas por algo. Podia ficar horas a falar do quão perfeitos eram esses momentos. Porém, a eles deram lugar a melancolia da saudade. E eu, indulgente a esta melancolia, consolo-me na lembrança do Verão, fico pressa ao passado. Olho-o com veneração, nostalgia e respeito. E esta saudade, susceptível ao sofrimento, corrói-me por dentro, lentamente como se sentisse prazer em  me magoar. E eu não aguento...
JoanaRebelo.

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